Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas
no Estado do Rio de Janeiro

Carta proposta elaborada pela CHAPA 1: RECONSTRUÇÃO aos arquitetos e urbanistas

Membros da chapa podem ser vistos aqui

Reinventar o SARJ!

Com lapiseiras, redes e lutas!
 

A atual conjuntura nos leva a pensar uma nova forma de atuação sindical, mais conectada, transparente, democrática, construída com a participação de todos os colegas de profissão.

É visto que nossa categoria enfrenta uma grande precarização. As complexas relações de trabalho são facilmente perceptíveis quando observamos a quantidade de profissionais subcontratados recebendo salários abaixo do piso profissional da categoria, profissionais autônomos e escritórios de pequeno porte cuja demanda de trabalho muitas das vezes não permitem a sustentabilidade profissional ou renda que garanta uma vida digna. Juntamos neste tema também os recém-formados, que muitas das vezes partem para a vida profissional com coragem, mas com a imensa dificuldade que a falta de uma estrutura de apoio lhes implica.

Somos arquitetos e urbanistas, projetamos, gerimos, construímos, planejamos, avaliamos, damos consultoria, lecionamos, são inúmeras as nossas atribuições profissionais. É por esta categoria que devemos lutar e por esta profissão que acima de tudo devemos buscar a valorização perante a sociedade.

A nova lei trabalhista que ao mesmo tempo flexibiliza e precariza as relações de trabalho se apresentam como um desafio para as lutas sindicais. Um desafio que devemos encarar de frente nesta nova gestão. Vale considerar porém que a especificidade de nossa categoria envolve relações são mais complexas do que o binômio empregado-empregador. Não negamos que esta relação exista, porém sabemos que existe muitas outras formas de relação trabalhista que nos envolve.

Os autônomos por exemplo possuem uma relação de necessidade de encontrar as demandas para atuar. Esta é uma meta que o Sindicatos dos Arquitetos e Urbanistas pode lutar e por em pauta por exemplo: atuar na criação e fomento de demandas de trabalho para a categoria. Fomentar apoio de qualificação profissional continuada, produzir campanhas de valorização profissional, fortalecer a categoria junto a outras entidades e a autarquia que compete a profissão para elaborar um trabalho sério de ressignificação da ação do arquiteto para junto da sociedade civil. Dentro deste quadro, acreditamos que a sindicalização em massa e a reinvenção dos sindicatos que saiba se conectar com os mais diversos anseios dos profissionais são o caminho de fortalecimento da categoria.

Vivemos em um País onde estima-se que 80% da população constrói sem assessoria de técnico especializado. Estamos em uma sociedade onde ainda não se consolidou o direito a cidade como um direito de todo cidadão. Sabemos que ainda há muita luta pela frente para que o direito a moradia, que pode ser entendido como uma necessidade básica do ser humano, seja amplamente democratizado e rompa as disputas socioeconômicas atuais. Neste campo, o arquiteto e urbanista pode ter um papel fundamental em um processo de ampliação e democratização da vida e cidadania.

Ao valorizar o urbanismo e a arquitetura para todos valorizando desde o primeiro croqui até o espaço construído e vivido nas suas várias escalas, abrimos a possibilidade de ação profissional a diversas demandas: podemos ter por exemplo arquitetos atuando mediante políticas públicas como assistência técnica a habitação de interesse social, assim como podemos ter arquitetos e urbanistas atuando para populações referentes a outras rendas como por exemplo as classes C e B, tanto como para pessoas de classe de maior renda.

Portanto, defendemos a função social do arquiteto e urbanista e defendemos a arquitetura e urbanismo como um bem de utilidade pública e um direito universal a todo cidadão.